Notícia - Ford anuncia o fechamento de fábricas no Brasil e gera mobilização

Ontem (11), a Ford anunciou o encerramento das plantas fabris, para muitos é uma surpresa, mas não é em sua totalidade, pois a indústria automobilística, pandemia e outros fatores faz com a empresa tome essa decisão.

Uma das plantas que serão fechados, é a linha de montagem em Camaçari na Bahia que foi aberta em 2001 com grande ajuda do governo estadual na época.

Ontem o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari reuniu os trabalhadores da empresa para fortalecer a luta e reverter essa situação já no início de 2021.

“O Sindicato continua firme e forte na resistência em defesa e ao lado dos trabalhadores”, diz Júlio Bonfim, presidente do Sindicato.

Segundo a Fieb (Federação das Indústrias da Bahia) em Camaçari são 7.216 funcionários que perderão emprego direto e indiretamente, mas para Bonfim isso não é verdade e esse número é maior.

“São 12 mil empregos diretos e 60 mil indiretos aqui. A fábrica tem 21 anos”, afirmou Bonfim.

Além da fábrica em Camaçari, a planta de Taubaté, em São Paulo, também será fechada. No Brasil será mantida somente a sede e a pista de testes.

O presidente da Ford da América Latina em reunião virtual com o sindicato ontem disse que a decisão foi tomada por causa da instabilidade econômica do país e da pandemia.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Claudio Batista, o Claudião, o anúncio da Ford foi feito de forma unilateral, sem qualquer negociação com o sindicato. “O sindicato vai fazer toda luta necessária para tentar reverter essa situação”.

Essa falta de diálogo com os sindicatos é lembrada em nota da Força Sindical divulgada ontem que diz:

“A Ford age sem diálogo algum com os sindicatos representantes dos trabalhadores das unidades que serão fechadas”, diz a nota.

O presidente da CUT Sérgio Nobre se manifestou nas redes sociais sobre o assunto e comentou que o sindicalismo já vem falando sobre a desindustrialização do país. “O que aconteceu hoje com a extinção da Ford no Brasil é o que estamos denunciando e combatendo há tempos, e que só piorou com o governo Bolsonaro: a desindustrialização do Brasil. E quem paga a conta, sozinha, é, mais uma vez, a classe trabalhadora”.

As fábricas de Camaçari (BA), com cerca de 3 mil trabalhadores, e Taubaté (SP), com 700, fecharão as portas imediatamente. A unidade de Horizonte (CE) permanecerá em atividade até o 4º trimestre de 2021.


Fonte:  Redação Mundo Sindical - Manoel Paulo - 12/01/2021


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