Elias Cesário Brito, o Diviza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (SINTECT-SP), participou na tarde do dia 14 de julho de entrevista na Agência Sindical para falar sobre a luta da categoria contra a Covid-19 e a privatização dos Correios.
No Brasil são 90 mil trabalhadores e em São Paulo 19 mil, todos trabalhando, sendo que 55 mil são da área externa. “A maioria dos trabalhadores, ou 55 mil, é externa. Colocam a saúde em risco devido aos contatos na execução das tarefas", disse Diviza.
No dia da entrevista o sindicato participou de audiência com a justiça sobre uma ação movida há mais de 90 dias. “Tentamos conciliação com os Correios sobre medidas de higienização e cuidados com a saúde do trabalhador. Precisamos entrar com 35 ações pra obrigar a testar e higienizar os locais de trabalho. A empresa, até agora, só forneceu duas máscaras por funcionário, o que é incompatível com as recomendações sanitárias".
A direção da empresa mostra total descaso com a saúde do trabalhador e até o momento não decidiu nada, deixou para que justiça tome uma decisão ao invés de ter um acordo e proteger os trabalhadores.
"Pleiteamos o básico. Pelo menos uma pia por setor, pra que o trabalhador possa fazer a higienização pessoal. Pedimos higienização dos ambientes e manutenção do prédio principal, na Vila Maria, que abriga no mínimo 800 pessoas e por onde passam mais de 1.500 por dia", disse o presidente.
O governo trabalha com a precarização do serviço para defender a privatização da empresa. Paulo Guedes, o ministro da Economia, já disse que quer vender a empresa ainda esse ano e a preocupação é vender com um preço bem abaixo e se a empresa que comprar atenderá áreas longes ou de risco como os Correios faz hoje.
"É como a Vale do Rio Doce. Vendeu a empresa por um preço, mas valia muito mais. Nossa empresa tem 355 anos. Imagine se cai nas mãos da iniciativa privada? Quem vai fazer as áreas metropolitanas carentes e o fundão do Brasil? Só vão querer lugar rico...", falou Diviza.
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