Na opinião do ex-governador do Ceará e vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, o Brasil está diante da pior crise econômica e social de sua história. “O país está se aproximando do fundo do poço”, afirmou, citando a convergência das crises social, econômica, sanitária com as recorrentes ameaças à democracia.
Em sua opinião, a situação é grave e explosiva e quem pagará mais é a classe trabalhadora. Por esta e outros razões, “tudo que o Brasil mais precisa é empoderar as organizações dos trabalhadores”, ponderou. Ele falou neste sábado (20) durante a Plenária Virtual da Classe Trabalhadora, para a qual se inscreveram mais de 1600 sindicalistas classistas.
Governo genocida
Segundo Ciro Gomes, a solução da crise sanitária reclama urgência. “Ontem atingimos a marca de 1 milhão de casos confirmados de coronavírus, os especialistas dizem que o número real é de cinco a até 12 vezes maiores e o país segue sendo o que menos testa, o que afeta o planejamento do combate à doença. Salvar vida diante de um governo genocida é prioritário. A América Latina toda, com uma população bem maior do que a nossa, não soma um terço das mortes que temos hoje no Brasil”.
Outro grande desastre do governo Bolsonaro, agravado pela pandemia, é o desemprego em massa. “Poderemos chegar a mais de 20 milhões de desempregados no conceito de desemprego aberto do IBGE. Os dados indicam que estão sendo destruídos cerca de 1,2 milhão de empregos formais por mês desde o início da crise sanitária”, constatou.
Reforma tributária
O dirigente do PDT afirmou que persistir na política econômica neoliberal é suicídio e defendeu mudanças profundas no sistema tributário para enfrentar a crise. “Um tributo sobre lucros e dividendos aumenta a arrecadação entre R$ 70 a R$ 90 bilhões. Com um imposto sobre os grandes patrimônios teremos mais R$ 90 bilhões”, destacou, acrescentando a proposta de aumentar a taxação sobre o Imposto Territorial Rural e as grandes heranças.
“Com essas providências poderemos conseguir R$ 3 trilhões em 10 anos para sustentar um projeto nacional progressista, não é pouco”, destacou Ciro Gomes, lembrando que o Brasil tem a economia que mais cresceu no mundo entre 1930 e 1980.
“O PIB brasileiro avanço em média 6,5% ao ano. A partir da década de 1980, com a crise da dívida externa, a taxa de crescimento caiu para cerca de 2% ao ano, o país retrocedeu”. Ele também defendeu o isolamento social para deter o avanço da pandemia e manifestou a convicção de que uma posição firme das forças democráticas aliada à divisão das Forças Armadas barrará a marcha golpista de Bolonaro.