O ex-dirigente da FITMETAL, João Cipriano, conhecido como Magrão, foi reintegrado nesta terça-feira (13) a seu antigo posto de trabalho na General Motors do Brasil, em São Caetano do Sul (SP), após dois anos e meio de sua demissão.
Ao lado do secretário de Formação da FITMETAL, Marcelo Toledo, Magrão é a mais antiga liderança da Oposição Metalúrgica mantida sob a bandeira classista em São Caetano. Quando foi demitido, já possuía mais de 25 anos de experiência como funcionário da empresa, que se viu obrigada a reintegrá-lo por decisão judicial.
O afastamento inicial de Magrão do dia a dia da fábrica (onde trabalhava no setor de Tapeçaria) se deu em 20 de novembro de 2014, quando centenas de funcionários foram colocados em LAYOFF (suspensão temporária do contrato de trabalho). Seu desligamento oficial, no entanto, só ocorreria em 20 de março de 2017, quando foi demitido — mesmo tendo estabilidade garantida por Convenção Coletiva, fruto de lesão adquirida no período em que atuou na empresa.
O caráter ilegal da demissão fez com que o líder da Oposição Sindical entrasse na Justiça contra a GM, sem qualquer apoio do Sindicato local. Com o respaldo da lei, Magrão espera rapidamente voltar para o chão da fábrica e retomar suas atividades.
“Fiquei muito satisfeito, mas sabemos que o cenário político está mais complicado. A GM fez uma reestruturação em seu quadro de funcionários, e agora está cheio de jovens que ganham um terço do meu salário. Com a reforma trabalhista, ficou mais difícil para todos. Tomar determinadas posições é algo complicado”, relatou. “Hoje, o trabalhador tem receio de entrar com processo e fica muito acuado, aceitando o que a empresa quer. Há também grande desconfiança em relação ao Sindicato, pois sua direção nunca lutou por nós. É feita uma luta ilusória e o que vemos é um grupo de funcionário sempre de cabeça baixa. A luta está muito mais difícil, mas nós seguiremos em frente”, garante o líder da FITMETAL/CTB.