Notícia - Indústria brasileira cresce 0,2% em outubro com alta disseminada

Produção de máquinas e equipamentos avançam 1,1%

A produção industrial brasileira teve leve alta de 0,2% em outubro, em relação ao mês anterior, segundo divulgou o IBGE nesta terça-feira. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a expansão foi de 5,3% — sexta taxa positiva seguida nessa comparação e a mais elevada desde abril de 2103, quando ficou em 9,8%.

— Esse resultado (de 5,3%) foi bastante influenciado pelo efeito base, já que em outubro do ano passado, em relação ao mesmo mês de 2015, a produção recuou 7,2%, e pelo efeito calendário, já que outubro desse ano tem um dia útil a mais do que ano passado — disse André Macedo, coordenador de Indústria do IBGE.

A mediana de previsões compiladas pelos economistas junto à Bloomberg era exatamente a mesma para ambos os dados. Em 12 meses, a indústria acumula alta de 1,5% e, de 1,9% no acumulado do ano, resultado mais elevado desde março de 2014 (2,1%).

— Este ano, à exceção de agosto e março, tivemos resultados positivos, mas existe ainda uma grande distância até a recuperação, porque a indústria ainda opera no mesmo patamar do início de 2009, e 17% abaixo do pico histórico, registrado em junho de 2013. Mesmo assim, já é melhor do que no ano passado, quando essa distância chegou a ser superior a 20% — explicou o coordenador do IBGE.

O resultado positivo da indústria na margem é reflexo do aumento de 1,1% em bens de capital (máquinas e equipamentos) e de 1% de bens de consumo. Na passagem de trimestre, 15 dos 24 ramos pesquisados apresentaram alta. Entre as atividades, os produtos farmoquímicos e farmacêuticos tiveram a maior influência positiva, com alta de 20,3%, seguidos por bebidas (4,8%).

Entre os nove ramos que tiveram resultados negativos, produtos alimentícios, com queda de 5,7%, teve o maior impacto sobre o resultado geral da indústria. Bens de capital foi influenciado pelos produtos automotores e para construção, ambos para exportação.

— De setembro para outubro um volume maior de chuvas atrapalhou a colheita da cana e houve uma destinação maior de cana para a produção de álcool, em detrimento ao açúcar, puxando para baixo o resultado do setor de alimentos — explicou Macedo.

Com relação ao resultado na comparação com o mesmo mês de 2016, houve resultados positivos disseminados entre as quatro grandes categorias, em 22 dos 26 ramos pesquisados e em 61 dos 79 grupos. O índice de difusão é o mais elevado desde abril de 2013. Em outubro 61,9% dos 805 produtos pesquisados tinham taxas positivas.

A maior influência positiva foi exercida por veículos, reboques e carrocerias, alta de 27,4%, impulsionada pela maior fabricação de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias e autopeças.

Informática, produtos eletrônicos e ópticos também tiveram alta expressiva, de 22%.

— O ganho real de renda, melhora do mercado de trabalho e queda da inflação também influenciaram a melhora da produção da linha marrom de eletrodomésticos e caminhões. Então há efeito das exportações, mas também de melhora da demanda doméstica nos resultados positivos da indústria — ressalta Macedo.

Ele ressalta ainda que, de novembro de 2016 em diante, há um espalhamento de taxas positivas, e bens de capital e duráveis avançam devido a melhora da demanda doméstica e da confiança do consumidor e dos empresários

INDÚSTRIA: TERMÔMETRO DO PIB

O comportamento da indústria em outubro é o primeiro indicador de atividade econômica do quarto trimestre a ser divulgado e é um importante sinal sobre como deve ser o resultado do PIB nos últimos meses do ano. Na semana passada, o IBGE informou que o PIB subiu 0,1% no terceiro trimestre. Analistas avaliaram o número como positivo, porque o crescimento foi generalizado e com alta nos investimentos. Após a divulgação do PIB no terceiro trimestre, muitos economistas revisaram suas previsões para o crescimento da economia este ano e muitos já estimam uma expansão acima de 1%.

Para a indústria, a expectativa do mercado é de crescimento da produção, após dois anos seguidos de retração. Segundo o mais recente boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, analistas do mercado financeiro projetam avanço de 2% em 2017. Para 2018, a expectativa é de crescimento de 2,9%.


Fonte:  Site Jornal O Globo - 05/12/2017


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