Os metalúrgicos do ABC estão convocados para o ato contra as reformas na sexta-feira, dia 30, às 9h, em frente à Sede. A mobilização integra o dia de paralisações convocado pela CUT e demais centrais sindicais com o tema “Vamos parar o Brasil contra a reforma Trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria”.
“Os trabalhadores em todo o País estão se mobilizando contra as reformas em curso no Brasil. Aqui no ABC convocamos os companheiros, movimentos sociais e populares para um grande ato no Sindicato”, chamou o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
“Temer está se esfacelando por conta das denúncias que pairam sobre seu governo, que também destrói as relações no Brasil e a democracia. Em um momento grave como este, as reformas não podem seguir em tramitação no Congresso”, defendeu.
A reforma Trabalhista deve ser votada na terceira e última comissão do Senado hoje (confira mais na página 4). Já o projeto substitutivo ao texto-base da reforma da Previdência foi aprovado na Comissão Especial na Câmara dos Deputados em maio e está pronto para ser votado em dois turnos em plenário.
“Somente com muita luta vamos impedir essa atrocidade contra a classe trabalhadora. Conto com cada um em frente ao Sindicato para fazer um grande ato no ABC contra as reformas”, convocou.
Os diretores do Sindicato têm realizado uma série de mobilizações nas fábricas da base, com assembleias e panfletagens para conversar com a categoria sobre os retrocessos que as medidas representam na legislação trabalhista e na aposentadoria.
“É o futuro de cada um que está em risco com as medidas que querem jogar nas costas dos trabalhadores. Isso nós não vamos permitir”, disse. “Os companheiros devem estar preparados para a luta, com resistência e unidade em defesa dos direitos, empregos de qualidade e salários dignos”, concluiu.
São Paulo
Em São Paulo, o ato será na Avenida Paulista, com concentração às 16h no vão livre do Masp. A manifestação é organizada pela CUT, demais centrais sindicais e pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Em nota conjunta das centrais sindicais, também ficou definida mobilização em Brasília no dia da votação da reforma Trabalhista.
“Estamos certos de que a unidade de ação é crucial na luta sindical, sobretudo em momentos conturbados como o que atravessamos”, afirma a nota.
CSEs de São Bernardo
A coordenação de São Bernardo convoca os CSEs para reunião hoje, às 18h, na Sede. Na pauta, a discussão sobre o ato do dia 30.
Previdência: pesquisadores criticam dados no governo
Durante a 14ª audiência pública da CPI da Previdência, realizada na última segunda-feira, dia 26, pesquisadores divulgaram estudo que revela as contradições das projeções feitas pelo governo.
Os autores do estudo criticaram as estimativas populacionais e financeiras adotadas para justificar a necessidade da reforma e para definir o déficit da Previdência Social.
Segundo os pesquisadores, os critérios usados pelo governo podem comprometer os cálculos finais. O pesquisador Carlos Renato Lisboa Frances, da Universidade Federal do Pará, UFPA, afirmou que as inconsistências descredenciam qualquer avaliação séria sobre os números.
O professor Carlos Patrick da Silva citou que a equipe identificou uma diferença de 6.638 registros no espaço de um ano apenas para homens de 65 anos aposentados por idade que recebem acima do piso.
De acordo com o pesquisador, essa diferença compromete a credibilidade dos cálculos do governo. “A reforma da Previdência não pode ser baseada nas projeções do governo, pois há muitos erros nos cálculos”, alertou.