Notícia - Reformas agravam situação da população negra no mercado de trabalho

A Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo do Sindicato repudia as refor­mas Trabalhista e da Previ­dência propostas pelo governo Temer por considerar que elas intensificam o racismo estrutu­ral e institucional.

Segundo o documento Re­trato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado este ano pelo Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas, o Ipea, com base nos dados de 2015, a população negra tem uma cobertura 10% menor da pre­vidência do que a população branca. Em média, de cada 10 pessoas negras em idade ativa, quatro não têm nenhum tipo de aposentadoria ou pensão.

Durante o Seminário “A re­forma Trabalhista na vida das mulheres negras”, realizado dia12 de abril, no Rio de Janei­ro, a técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, Carolina Gagliano, demonstrou que as mulheres negras são as mais vulneráveis, em ocupações com menor proteção social.

A taxa de desemprego delas é bem maior do que a do restan­te da população, 14%, o dobro da taxa de desempregados entre os homens brancos, de 6,9%.

“Sabemos que o negro fica mais tempo fora do mercado de trabalho. A alta rotatividade no emprego está muito ligada à vulnerabilidade nos vínculos empregatícios e maior infor­malidade. O que significa não ter nenhum tipo de direito garantido pela Previdência Social”, destacou o coordenador da Comissão, José Laelson de Oliveira, o Leo Superliga.

“Faço um comparativo da reforma da Previdência com a Lei do Sexagenário que conce­dia liberdade aos negros escra­vizados com mais de 60 anos, uma lei perversa que beneficiou poucos trabalhadores nestas condições. Eram raros os que chegavam a essa idade e os que atingiam já não tinham força e condição de trabalho”, lembrou.

129 anos da abolição

O coordenador considera que a Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, serviu para cumprir um protocolo dos interesses da nobreza.

“A abolição no Brasil não se deu por completo, temos uma abolição inacabada. É por isso que vivemos resistindo e agora é momento de aumentar a re­sistência”, completou.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - 23/05/2017


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