Notícia - Acordo é aprovado na Ford e evita 850 demissões

Em assembleia na manhã de ontem, os trabalhadores na Ford, em São Bernardo, aprovaram o acordo negociado entre Sindicato e empresa que evita cerca de 850 demissões que a montadora ameaçava fazer desde maio.

“A proposta é para passar por esse período de queda no setor automotivo, tirar o fantasma das demissões sumárias e dar o rumo para fortalecer as negociações de futuro da planta”, explicou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

“As análises de mercado indicam que teremos uma recuperação muito lenta do setor se nenhuma medida de estímulo muito forte for feita pelo governo. A capacidade instalada é muito superior à demanda hoje e, por isso, a importância do acordo”, prosseguiu.

No dia 9 de maio, trabalhadores horistas e mensalistas, em assembleia conjunta, aprovaram a paralisação por um dia contra as ameaças de demissões e retirada de direitos.

“A empresa sinalizou que haveria demissões e não queria renovar o PPE nem o layoff”, lembrou o coordenador do CSE na Ford, Cláudio Teixeira, o Zuza. “Foram várias rodadas de negociações para construir uma proposta viável que preserve os empregos”, disse.

O acordo garante a manutenção das cláusulas econômicas, PLR e data-base conforme já aprovados. Também renova o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, para os trabalhadores horistas previsto para mais três meses. A estabilidade vai até janeiro de 2018, condicionada ao desligamento de cerca de 300 companheiros. Para os trabalhadores mensalistas, o PPE termina neste mês com estabilidade de mais dois meses.

O sistema de trabalho será alterado para atravessar o período de crise. “Um dos principais pontos da proposta é a questão do treinamento que todos irão passar daqui até setembro para se capacitarem ao trabalho nas duas montagens finais, de caminhão e de carro”, afirmou o coordenador geral da representação, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba. “O novo sistema deverá começar em outubro com a volta do trabalho de segunda a sexta-feira”, contou.

A partir de setembro, o PPE será encerrado e cerca de 450 companheiros entrarão em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho). “A fábrica se comprometeu a estudar as possibilidades de revezamento na próxima fase e a não fazer demissões sumárias. Se for necessário, voltaremos a negociar”, destacou o coordenador do SUR, Adalto Oliveira, o Sapinho.

O presidente do Sindicato ressaltou que continuará a defender investimentos na planta de São Bernardo. “Temos que fazer muita pressão com a direção mundial da empresa e buscar compromissos de investimentos. Esta planta sempre reagiu às crises com melhorias de processos, produtividade e competitividade e, assim, atraindo investimentos e novos produtos”, concluiu.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - 29/06/2016


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