A luta em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores ganhou um importante reforço na última semana. Durante os dias 2 e 3, cerca de 100 cipeiros participaram do Curso de Cipa do Sindicato e se prepararam para enfrentar a dura realidade nas fábricas da região.
Ao todo, mais de 20 fábricas metalúrgicas foram representadas. O curso contou ainda com participantes de outras categorias, como saúde, alimentação (Heineken e Ambev) e condutores. O curso foi coordenado pela Secretaria de Saúde e Organização de Base do Sindicato.
Palestras
O primeiro debate se deu em torno da história do movimento sindical no Brasil, apresentada pelo membro da executiva nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha. A palestra tratou da estrutura getulista que afasta os sindicatos da luta e distorce a função das Cipas para submetê-las aos interesses dos patrões.
Em seguida, o advogado do Sindicato Aristeu Neto falou sobre legislação trabalhista, acordos, convenções coletivas e o atrelamento das centrais sindicais pelegas através do Imposto Sindical.
Os participantes também realizaram atividades práticas sobre investigação de acidentes e participação nas reuniões de Cipa. Os ativistas Antônio Lisboa e Valmir Mariano compartilharam o exemplo da Cipa da GM e trocaram experiências com os demais cipeiros.
No segundo dia, o metalúrgico Jordano Carvalho dos Santos, de São João Del Rey, ministrou uma palestra sobre saúde mental no local de trabalho. O tema gerou grande discussão, com exemplos de trabalhadores que desenvolvem doenças silenciosas, como a depressão, e o preconceito existente nas fábricas em relação ao assunto.
A advogada do Sindicato Fabiana da Costa Amaral fechou as mesas de discussão com uma palestra sobre as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho (NR), diferenças entre os tipos de afastamentos e benefícios da Previdência Social.
Preparação para a luta
Os cipeiros também discutiram as resoluções aprovadas no 2º Encontro Nacional de Saúde do Trabalhador, realizado em fevereiro, e reforçaram a necessidade de aplicar as propostas no cotidiano das fábricas da região.
Ao final, não houve dúvidas: se depender dos governos e patrões, as condições de trabalho só vão piorar e o ritmo de produção deve ficar cada vez mais acelerado. Por isso, os participantes apontaram a continuidade da luta como única saída para defender os direitos dos trabalhadores.
“Ficou claro que o cipeiro deve usar sua estabilidade para organizar a categoria em cada fábrica, atuar nas mobilizações diárias e nas campanhas por aumento de salário, PLR e outros direitos. Este curso teve como principal objetivo reforçar a organização e a luta em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores. Com ampla participação, os cipeiros sairam daqui com mais condições de continuar na luta contra os ataques dos governos e dos patrões", afirma o diretor do Sindicato Weller Pereira Gonçalves.