A proximidade das Olimpíadas no Rio de Janeiro virou motivo de preocupação para trabalhadores da construção civil. É que, com o fim das obras, milhares já ficaram sem emprego.
O que era projeto já tem forma, cara. Já está quase pronto o Parque Olímpico, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que está com as obras na reta final. O Complexo Esportivo de Deodoro, na mesma região, também está quase pronto. A cinco meses do início dos jogos, oito instalações já estão concluídas.
As Olimpíadas e grandes empreendimentos como a revitalização da Praça Mauá, na zona portuária, ajudaram a diminuir o impacto da crise no Rio de Janeiro, mas agora, com a entrega das obras, o futuro é incerto.
Quase 9 mil trabalhadores da construção civil foram dispensados em 2015. O sindicato da categoria vem recebendo cerca de 100 pessoas por dia para dar baixa na carteira de trabalho. Todas elas trabalhavam em obras olímpicas.
"Parte deles, 10%, não são daqui. Com certeza voltarão a seus estados. Os outros 90% que são aqui do Rio não sei para onde eles vão", afirma Nílson Duarte, presidente do Sindicato da Construção Pesada.
O desemprego não dá trégua. Voltou a subir no Rio, segundo o IBGE. Em janeiro, a taxa foi de 5,1%. É o mesmo índice de dezembro do ano passado, mas bem maior do que o de janeiro de 2015, quando ficou em 3,6%.
O governo do estado aposta em projetos de saneamento, previstos para este ano, para absorver os desempregados com o fim das obras olímpicas. Mas o economista Manoel Thedim acredita que vem aí um período de ressaca no mercado de trabalho.
"Uma parte vai ficar desempregada, outro vai ter desalento, vai ficar em casa porque não vai conseguir emprego e uma parte vai aceitar salarios menores que é tendência que já está acontecendo no Brasil nos acordos setoriais", explica o economista Manoel Thedim.