Motoristas e cobradores de ônibus do Grande Recife realizam paralisação de advertência de três horas na manhã desta sexta-feira (3). De acordo com lideranças do movimento, pelo menos 10% da categoria aderiram à paralisação, que teve início às 10h desta manhã e está previsto para encerrar até as 13h.

Os profissionais que apoiam a paralisação realizam protesto na Avenida Guararapes, no Centro do Recife. Pelo menos 100 ônibus estão estacionados em ruas próximas à Avenida Guararapes, além da Avenida Conde da Ba Vista e Ponte Duarte Coelho.

O movimento é organizado por um grupo de oposição ao presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benílson Custódio, que não estaria satisfeito com o andamento das negociações salariais entre o sindicato e as empresas de ônibus.

“Há mais de um mês as negociações foram iniciadas, sem nenhum avanço. A passagem terá reajuste, mas motoristas e cobradores sofrem à espera de uma resposta. A categoria está cansada de promessas e por isso resolveu protestar”, explica Aldo Lima, do movimento de oposição. O secretário geral do Sindicato, Josival Costa, também participa da paralisação. “Esse é um movimento espontâneo e defendo que precisamos estar ao lado da categoria”, disse Josival, que preferiu não fazer críticas ao seu presidente. 

O Grande Recife Consórcio de Transporte, porém, negou qualquer intenção de aumento nas passagens - a decisão sobre reajuste geralmente ocorre no início do ano.

Procurado pela reportagem do NE10, o presidente do sindicato dos Rodoviários, Benílson Custódio, negou que as negociações não estão avançando. Segundo ele, o sindicato já realizou três reuniões com os donos das empresas de ônibus. O último encontro ocorreu nessa quinta-feira (2) e houve impasse nos itens da pauta de reivindicação. 

“Como não concordamos com o que foi oferecido, eles (patrões) ficaram de apresentar uma contraproposta até a próxima segunda-feira (6). Resolvemos aguardar para não prejudicar o processo e peço a compreensão da categoria. A paralisação deve ser decidida em assembleia”, explicou Benílson.  

Entre os 99 itens da pauta de reivindicação, os rodoviários pedem reajuste de 30% no piso salarial, que hoje é de R$ 1.775, e aumento no vale refeição de R$ 189 e R$ 312.