Olá, como vai?!
Quero compartilhar contigo a matéria que publicamos na última edição da Revista Mundo Sindical, sobre a situação dos jovens brasileiros que é desesperadora. Principalmente os jovens de família carente, que não têm acesso a boas opções de cursos de formação!
Cabe uma profunda reflexão, pois esses jovens são o futuro da nação e sem trabalho e formação de qualidade terão subempregos!
Beijos,
Sandra Campos
Revista MUNDO SINDICAL
Jovens sem Rumo
A qualificação dos jovens para o mercado de trabalho deveria ser uma das grandes preocupações dos sindicatos e das centrais sindicais neste momento, agindo de mãos dadas com entidades públicas e privadas em condições de multiplicar a oferta de cursos profissionalizantes. Nossos jovens estão sem rumo, sobrevivendo de bicos, de empregos precários e intermitentes ou tendo que ser amparados pelos pais ou avós aposentados. São milhões adiando sonhos, em especial os mais carentes, sem trabalhar, sem estudar.
Temos a crise econômica provocada pela Covid-19 (PIB recuou 4,1% em 2020), consequência da queda na atividade industrial, da redução da oferta de empregos no varejo e em algumas atividades nos setores de serviços e alimentação, muito em função da queda do poder aquisitivo. A esse cenário, soma-se a eliminação de postos de trabalho na esteira do avanço da tecnologia, como no setor bancário. Em contrapartida, há ofertas de vagas em setores que demandam maior especialização. É preciso agir contra o desemprego e contra os empregos precarizados por falta de qualificação.
Uma pesquisa feita pela consultoria IDados, com sede no Rio de Janeiro, e divulgada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” em 14/12/2020, revela a estarrecedora situação enfrentada por nossos jovens de até 24 anos. Mais de dois terços, ou 77,4% segundo a IDados, sobrevivem de empregos considerados de baixa qualidade, nem sempre com registro em carteira. São 7,7 milhões de jovens nessa situação. Em torno de 90% deles recebem entre R$ 398 e R$ 539 por mês. E 75% têm menos de três anos de serviço e pouca experiência.
São em geral os mais sujeitos a demissões em casos de crise, como a que atravessamos, e os que, por falta de qualificação, têm maior dificuldade de recolocação. Entre as pessoas de 25 a 64 anos, cai para 39,6% o percentual dos que enfrentam situação de vulnerabilidade similar no emprego. E fica em 27,4% entre pessoas com mais de 65 anos. “No mundo todo, o jovem tem uma renda menor e maior dificuldade de se colocar no mercado. Mas, no Brasil, os percentuais indicam uma qualidade do emprego pior por causa da maior rotatividade e da informalidade (no mundo, os porcentuais estão em torno de 60%)”, disse à repórter Renée Pereira o economista Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e responsável pelo trabalho.
Se nada for feito com urgência e com iniciativas em âmbito nacional, teremos toda uma geração de jovens marcada pela desesperança, sem perspectivas, sem poder realizar os sonhos próprios desta idade, como conseguir um bom emprego, comprar uma moto, um carro, viajar, adquirir um imóvel e constituir a própria família. Sem qualificação, não conseguem o emprego de seus sonhos e perdem o chão. Muitos, e em número cada vez maior, são arrastados para a criminalidade.
Pelo aspecto econômico, uma geração de jovens sem formação técnica e sem acesso aos avanços da tecnologia está mais sujeita à rotatividade no emprego - uma catástrofe para o aumento da produtividade; isso sem levar em conta que um terço desses jovens trabalha sem carteira assinada, não ter qualquer benefício nem indenizações em caso de demissão. E são sempre os primeiros a ser afastados em períodos de crise.
Ainda de acordo com o estudo da IDados, com base em números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, quase metade dos jovens não contribui com a Previdência. Resultado: nunca se aposentaram. E como irão sobreviver na velhice?
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